Num pequeno relevo com 97 m de altura, a
cerca de 1 km a SO de Vila do Bispo e a nascente (à esquerda) do km 29.2 da EN
268 (sentido Vila do Bispo-Sagres), na área de implantação dos menires da Pedra
Escorregadia (interessante topónimo!) e aflorando em terrenos de calcários
dolomíticos, encontra-se à vista um conjunto de lajes calcárias dispostas “em
cutelo”, correspondentes a uma sepultura colectiva
“tardo-neolítica”, reocupada durante o Calcolítico.
A sua
escavação, em 1991, conduzida por Mário Varela Gomes, revelou um túmulo composto
por 8 esteios ortostáticos, desenhando um “corredor” de cerca de 1 m, virado a
SE (nascente), que poderá ter acolhido mais de 10 indivíduos. O escasso espólio
exumado resumiu-se a artefactos de pedra polida e de sílex, fragmentos cerâmicos e restos antropológicos.
Apesar
de todas as reservas, os ossos humanos proporcionaram uma cronologia absoluta com
base em quatro datações de C14 que,
uma vez calibradas a 2 sigma, apontaram intervalos situados entre 3370 cal BC e
2460 cal BC (Gomes, 1994, 1997, p. 179-182).
A relação desta sepultura colectiva com os menires na sua proximidade não será directa, ou seja, sincrónica ou contemporânea. Porém, a indirecta associação destas duas diferenciadas realidades arqueológicas é demasiado óbvia – a continuidade na utilização de locais e/ou monumentos que remetem para um comum universo sagrado de intemporalidade e de herança cultural.
A relação desta sepultura colectiva com os menires na sua proximidade não será directa, ou seja, sincrónica ou contemporânea. Porém, a indirecta associação destas duas diferenciadas realidades arqueológicas é demasiado óbvia – a continuidade na utilização de locais e/ou monumentos que remetem para um comum universo sagrado de intemporalidade e de herança cultural.